"Uma vida não questionada não merece ser vivida." (Platão)

Salmos 1
1 Felizes são aqueles que não se deixam levar pelos conselhos dos maus, que não seguem o exemplo dos que não querem saber de Deus e que não se juntam com os que zombam de tudo o que é sagrado!
2 Pelo contrário, o prazer deles está na lei do SENHOR, e nessa lei eles meditam dia e noite.
3 Essas pessoas são como árvores que crescem na beira de um riacho; elas dão frutas no tempo certo, e as suas folhas não murcham. Assim também tudo o que essas pessoas fazem dá certo.
4 O mesmo não acontece com os maus; eles são como a palha que o vento leva.
5 No Dia do Juízo eles serão condenados e ficarão separados dos que obedecem a Deus.
6 Pois o SENHOR dirige e abençoa a vida daqueles que lhe obedecem, porém o fim dos maus são a desgraça e a morte.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

O TEMPO E A ALMA


“Ensina-nos a contar os nossos dias de tal maneira que alcancemos corações sábios”
(Salmo 90:12).

Certamente você já deve ter ouvido poesias e canções que diziam que o tempo não para!

“O segundo, não o tempo, é implacável.
Tolera-se o minuto. A hora suporta-se.
Admite-se o dia, o mês, o ano, a vida, a possível eternidade.
Mas o segundo é implacável.
Sempre vigiando e correndo e vigiando.
De mim não se condói, não Pará, não perdoa.
Avisa talvez que a morte foi adiada ou apressada
Por quantos segundo?”

Carlos Drummond de Andrade

Busco entender como os dias passaram tão rápidos este ano, e cada ano parece que é ainda mais veloz. Pode ser pelo momento que estou vivendo. Entretanto é fato que sofremos transformações em todos os aspectos possíveis e inimagináveis, e tudo isso em mega velocidade. A própria Palavra de Deus diz que o “tempo se abrevia”. Todavia, acredito que este tempo cronológico não sofreu e nem sofrerá nenhuma modificação quanto ao padrão de medida do próprio tempo.
Por que será que na correria da vida não conseguimos perceber que esta alteração não está no ritmo do tempo, mas no ritmo da vida? O homem sendo escravo dos próprios desejos, do seu espírito volitivo, das suas vontades, escravo do tempo, que diz que para alcançar é melhor correr, pois ganha quem chega primeiro! Não é assim?
Pensando neste ritmo alucinante, há de concordar que com a diminuição da velocidade amplia-se o campo da visão, ou seja, a percepção das coisas. Então para isso é melhor diminuir a marcha! A velocidade está em proporções relativamente antagônicas, pois quanto menor a velocidade, maior será a percepção, portanto sabedoria!
Não pense que o melhor é ficar parado, pois parado também não há percepção de novas coisas, o campo da visão fica limitado, embora tenha gente que vive muito bem assim. Mas, estou falando em movimentos calculados, pensados, antes ou depois de cada ação, com acertos e também com erros, ou seja, continue em frente!
O Salmista busca fazer uma reflexão profunda deste ritmo, desta velocidade. Muitos têm encontrado o esgotamento, tão somente porque seus corpos não suportam mais este ritmo frenético, e quando isso acontece, o ritmo de suas vidas é modificado por questões fisiológicas, a máquina quebra.
O que nos tem provocado tamanha ansiedade que não conseguimos parar, diminuir a marcha e refletir sobre o nosso dia, a nossa vida, a ponto de adoecermos e até morrermos?
Encontro esta resposta na expressão dita por Salomão “correr ou correndo atrás do vento”, nada seria mais cansativo e infrutífero do que correr atrás do vento, estar sob o controle das vaidades! Tudo é vaidade!
O homem está cada vez mais ansioso. ANSIEDADE é definida como “estado de humor desconfortável, apreensão negativa em relação ao futuro, inquietação interna desagradável, inclui manifestações somáticas e fisiológicas”.
E com o fracasso do que se busca por vaidade entramos em DEPRESSÃO. As síndromes DEPRESSIVAS têm como elementos mais salientes o humor triste e o desânimo. Não percebemos a beleza de cada dia, o dia fica sem cor.
Este momento é reflexivo para muitos. Para alguns realmente este ano passou rápido, são aqueles que gostariam que o dia tivesse 36 horas, para realizarem tudo o que estava em sua agenda pessoal. Mas, para outros o mesmo ano passou de forma vagarosa onde realmente parecia que o dia tinha 36horas, por que as situações perduravam e não se modificavam.
Encontramos sob a ação do tempo homens com características diferentes, uns ansiosos e outros depressivos, tão somente por causa do ritmo do tempo refletido na própria alma.
Para aqueles que vivem em tempos de ansiedade este mesmo tempo passa rápido, pois o mesmo é insuficiente para realizar seus anseios. Para aqueles que estão deprimidos o tempo não passa, a percepção em relação ao tempo é que ele se estende juntamente com a dor, angustia que nunca passa.
A ansiedade está relacionada a questões do futuro e a depressão a questões já vividas, de uma forma simplista e não completa, é claro. Observa agora que o tempo continua sendo o mesmo, a terra continua girando na mesma velocidade, e os dias continuam tendo o mesmo padrão cronológico de medida.
Portanto quando estamos tomados por quaisquer destes sentimentos, estado de humor ou ânimo, ansioso ou depressivo, não conseguimos ajustar nossa alma com o tempo e não conseguimos contar nossos dias para alcançar corações sábios. O que seria o sábio nesta relação? Seria aquele que encontrou equilíbrio entre as questões do coração com o tempo presente, passado e futuro.
O que então está fora de controle? Simples, a alma humana! Descontrolada pelas coisas deste mundo.
A Bíblia nos ensina a lançar nossa ansiedade em Deus, a estarmos fora do ritmo, velocidade, que seriam elementos da forma deste mundo, é o que diz o Apóstolo Paulo. Também de uma maneira direta Deus diz “que precisamos nos aquietar e saber que Ele é Deus” (Salmo 46.10).
O significado de viver em fidelidade ao momento presente, sem retroceder ao passado ou antecipar o futuro, é maravilhosamente ilustrado pela história de um monge que estava sendo perseguido por um tigre feroz.
Ele correu até a beirada de um despenhadeiro, olhou para trás e viu o tigre rugindo e pronto para dar o bote. O monge então notou uma corda que pendia da beira do precipício. Ele agarrou-a depressa e começou a descer a lateral do despenhadeiro agarrado na corda, para escapar das garras do tigre. Que alívio! Essa foi por pouco!
Ele então olhou para baixo e enxergou uma imensa extensão de rochas pontiagudas aguardando 150 metros abaixo. Ele olhou para cima e viu o tigre a postos no alto do precipício com as garras à mostra. Nesse exato momento dois camundongos começaram a roer a corda. O que fazer? O monge viu um morango que se estendia ao alcance da sua mão da face do despenhadeiro. Ele colheu-o, comeu e exclamou: "Que delícia; esse é o melhor morango que já comi na vida". Se ele estivesse preocupado com as rochas abaixo (o futuro) ou com o tigre acima (o passado), teria perdido o morango que Deus estava lhe dando no momento presente.
Concentremo-nos, então, não nos tigres do passado e nem nas pedras do futuro, mas apenas no morango que está aqui, e agora, tendo plena consciência que “este é o dia que o Senhor nos fez, alegremos e regozijemos nele”.

Ensina-nos, Senhor, a contar nossos dias!

Pr. Jaylson Nogueira Pereira.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Indignados ou Inconformados?

Pr. Leandro Mozart

“(...) Não se amoldem (tomem a forma) ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de DEUS”. Romanos 12: 2 Eu tenho me sentido indignado com os rumos que estão sendo tomados em nosso país. Tragédias históricas, desmandos constantes, política de colarinho branco que sempre acaba em “pizza”, falta de liderança moral, ausência de atitudes de caráter, e fundamentalmente, falta de perspectiva de futuro para um povo que ouve dizer que o país está melhor, mas olhando ao seu redor não constata o discurso meramente político e maquiado. Sem dúvida é de indignar o que vêm acontecendo no mundo ocidental capitalista que prima pelo consumo, o conforto e a individualidade, não se sensibilizando mais com a dor do outro, mesmo que esse outro esteja tão próximo. Vamos nos tornando tão indignados e desesperançados com as tendências desta nação e deste mundo que ficamos absortos, acomodados, de braços cruzados e nos entregamos – literalmente desistimos. Paulo, o apóstolo, escrevendo aos cristãos de Roma não pergunta se eles estavam indignados com a sociedade de seu tempo, até porque as mesmas atrocidades sempre se repetem historicamente, ou seja, quem tem poder domina e quem não tem é dominado. Na verdade, Paulo pergunta se aqueles cristãos são inconformados. Isso me intriga. A indignação é algo tão sutil que vai-nos corroendo e nos contaminando, fazendo com que fiquemos amargos. Ela gera a passividade, gera críticos que criticam e fazem apenas isso. A indignação produz gente que não faz acontecer, que não faz nenhuma diferença, que não transforma a sociedade. O apóstolo nos chama à inconformidade. Pois ela produz gente pró-ativa. Gente que se interessa pelos problemas, afinal, deseja resolvê-los. Gente que toma atitudes cruciais que tornam suas vidas melhores e conseqüentemente tornam-se agentes de mudança. Gente inconformada com o mundo (os sistemas de valores) é o que falta no século XXI e, especialmente, no Brasil. Quero deixar de ser um cristão indignado com os desmandos do meu país que ceifa vidas e as tornam apenas números identificados e noticiários de crises passageiras. Quero me tornar um inconformado! Alguém que é agente de mudanças. Quero ser instrumento do poder de DEUS através de uma mente inconformada e em constante renovação para contribuir para a transformação desta sociedade nestes tempos tão difíceis. E você, é um indignado ou inconformado?

terça-feira, 19 de outubro de 2010

“QUEM EU SOU?”



A pergunta do Mestre é direta: “Quem diz o povo que eu sou?” (Lc 9, 18), ao que eles responderam o que vinham ouvindo do povo: que Ele era João Batista, ou Elias ou ainda algum outro profeta.
Ao ouvir aquelas palavras e perceber como o povo ainda não o reconhecera, Jesus refaz, então, a pergunta, desta vez dirigindo-se diretamente aos apóstolos: “E vós, quem dizeis que sou eu?” Ao que Pedro responde prontamente: “O Cristo de Deus.” (Lc 9, 18-24)

Meu avô dizia que o mais importante não é o que você diz que é, mas o que as pessoas dizem que você é. Embora, apenas as pessoas que nos conhecem de fato, que convivem conosco poderiam dizer com propriedade algo sobre nós. Faço-lhe uma pergunta: O que dizem as pessoas, que convivem com você, a seu respeito? Elas sabem quem é você? Ou você é um daqueles que descreve a si mesmo como uma incógnita, uma encruzilhada no caminho da personalidade, uma bifurcação na estrada da identidade, um elemento ainda não resolvido pelas formulas da física ou da matemática?

A resposta de Simão (Pedro) tem como fundamento sua própria experiência: ele convivia com Jesus e sabia quem seu mestre era e, esse convívio, abrira seu coração à revelação do Espírito, que lhe permitiu dizer, quase que de um estalo: Tu és o Messias!

Estamos vivendo um tempo de dificuldade em saber de fato quem são as pessoas e suas aspirações, pois, se você não percebeu, já estamos vivendo no mundo do “faz de conta”. Do parece ser e do parece ter. As coisas são tão fantasiosas que ficção agora é quase real, está em “3D”. O que seria real e não real neste contexto? Creio que só poderemos entender essa questão, se buscarmos entender o que de fato nos caracteriza como indivíduos, a nossa identidade. Busquei algumas definições para melhor entendermos identidade, é claro que existem muitas outras, aqui faço uso da psicologia social.

* qualidade do idêntico, capaz de reunir um conjunto de fatores próprios e exclusivos a cada pessoa (Hollanda)
* compreensão dos aspectos de ordem objetiva, subjetiva, individual e social (Erikson)
(Kruger) destaca alguns aspetos:
Constitui-se com base em crenças autodescritivas e auto-avaliativas, as quais lhe conferem um caráter dinâmico que permite mudanças. Este sistema de crenças contribui para o desenvolvimento da personalidade e da conduta dos indivíduos.

Nossas ações vão revelar nossa identidade, revelar nossos valores morais e éticos, nossa crença. Neste processo, de acordo com princípios morais estabelecidos, progredimos ou regredimos em nossa conduta. A forma natural é crescimento, esclarecimento, conhecimento. “Aquele que começou a boa obra é fiel pra completá-la”.
Num outro momento, o evangelista João, preso nas vésperas de sua morte, envia discípulos para perguntarem a Jesus se ele era o Messias – Algo sobre sua identidade (Mt. 11:1-6) – e a resposta de Jesus a eles foi: Ide e anunciem a João as coisas que ouvis, “os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são limpos, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados e aos pobres é anunciado o evangelho.” Mais uma vez, Jesus destaca que não é o que você apenas diz que lhe caracteriza como sujeito, muito mais o que você faz.
Estamos mesmo vivendo no “país das maravilhas” em todos os sentidos e estâncias sociais. Na religião, na economia (EUA) pode dizer com propriedade, a quebradeira, a crise econômica, poucos imaginavam. “De longe ou no escuro todo gato é pardo”.
Veja agora a Política do nosso país! Neste período da campanha presidenciável (2º turno), não consigo identificar o que é e o que não é de fato real, verdadeiro, na internet então! E não é nem para tentar definir quem é melhor não, passe de mim este cálice! As coisas (candidatos) tomam forma e se refazem de acordo com as suas necessidades, falam o que a maioria apóia, até dizer que acredita em Deus, quem diria uma Marxista de esquerda, ou melhor, agora legitima ambidestra, num país das falácias, engano. Mudam facilmente, talvez possuídos pelo mesmo interesse que houve em Judas Iscariotes. Personalidades e identidades flácidas, Como diria Bauman: fluidos. Bonecos de cera expostos ao calor da busca ao poder.
Confesso que antes estava inclinado pela direita, se é que existe isso no Brasil político com tantas alianças antes impensadas, agora possíveis de acontecer. Comprovam que os interesses múltiplos fracionários estão acima das aspirações antes defendidas como bandeira, ideologia. No naufrágio da ética e da moral, os ratos se salvam agarrados aos destroços da impunidade!
Não podemos, como igreja de Jesus, deixar dúvida quanto a nossa identidade, nossa missão, pois nossas ações precisam condizer com nossa mensagem no mundo do faz de conta, da hipocrisia, da irrealidade.

N’ele que é real e que sabe quem sou eu e quem é você de fato, graça e paz!

Pr. Jaylson Nogueira Pereira


quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Fé e Ação... Ação e Fé.

Fé e Ação... Ação e Fé.
Por que ainda não temos encontrado solução para os nossos problemas?

Ou alcançado bênção do Senhor na nossa vida?

A fé sem obras é morta – (Tg. 2: 14 –26).
Existem pessoas que querem um emprego: Que estão clamando a Deus por um emprego, pois querem melhorar de vida. Mas, não se qualificam, não estudam, não fazem um curso profissionalizante, não distribuem currículos, estão esperando em Deus. Estão enfiados dentro de uma igreja tão somente esperando o milagre e não fazem nada para alcançá-lo. Nos relatos bíblicos sobre milagres, observe que sempre uma ação de quem buscava o milagre antecedia o mesmo. O cego grita por Jesus, a Mulher se esforça para vencer a multidão, Naamã tem que ir até o profeta e fazer o que ele diz.
Passemos para alguns assuntos práticos:
Casamento - Na sociedade que vivemos está sendo considerado quase um milagre casar e permanecer casado. Existem pessoas que querem casar: Mas, são pessoas que não sabem, nem possuem o perfil do futuro esposo ou esposa. O que você quer? Se é alto, baixo, gordo ou magro, com qual nível de conhecimento, crente ou não (apesar de não ser garantia nenhuma), e fica pedindo me dá Senhor. É claro que esposo ou esposa não se busca como uma mercadoria de supermercado, contudo se você não sabe o que quer como obter tal coisa, fica pedindo “Deus me dê um namorando, noivo esposo.” Se você não sabe o que quer como Deus vai te dar? (Não recebem porque pedem mal). Entretanto não é só pedir é também agir! Não estou tirando Deus do seu lugar ou diminuindo o seu poder não! O que quero dizer é quê: Deus não vai fazer o que você precisa fazer! Deus não ajuda preguiçoso!
Sem falar que se não sabendo o perfil do futuro pretendente como tal pessoa irá se preparar para conquistá-lo? Também pode haver outro critério além do perfil. O de que qualquer um serve, (desesperadas). Pessoas assim ficam como uma metralhadora humana, dando tiro pra todo lado. Pior ainda é quando não se cuida não se arruma direito, fica parecendo mesmo uma arma de guerra. Pra resolver é só pedir um com problemas de visão. Deus de amor!
A mensagem triunfalista diz: Deus vai te dar... Ah tá! Você que não faça algo pra alcançar não pra ver!
Você esta esperando 1, 2, 3 anos e nada – Você vai ficar esperando! Você precisa de Deus sim! Mais Ele vai abençoar aquilo que você se propõe a fazer! Para derrotar Golias Deus usou a habilidade de Davi, que era o melhor atirador de pedras de Israel. E você quer ser usado? Quer ser abençoado? Quais são as suas habilidades?
Problemas conjugais: Casamento pode ser uma bênção como uma tragédia – depende de duas pessoas. Mas não é impossível.
O homem e a mulher vivem em pé de guerra, não podem se encontrar que sai faísca. E a mulher está clamando a Deus por mudança no esposo – mas quando ele chega em casa, a primeira pergunta que ela faz é “você demorou... você estava onde?” Ele responde: “Preso na 3ª ponte”, mas ela não acredita... e começa ”– você não fala que me ama... você arrumou outra... está me traindo!”
E não vê que suas atitudes contribuem para a destruição do casamento – ainda diz que o Diabo está destruindo o casamento dela. Não! É ela mesma! Também não estou dizendo que o Diabo não está agindo, entretanto, em muitas situações ele nem precisa. Algumas vão buscar solução nesses cultos onde tudo é o diabo, que tem de repreender o Diabo. Tem de repreender a ela mesma. Encher a boca d’água! E o coração de sabedoria! “A rixosa a (casa) destrói com as próprias mãos” (Pr. 14:1).
Outra situação quando ele, o marido, entra em casa, vindo do trabalho – ela está vendo novela, não tem nada para comer e vestida com uma roupa que nem pra bazar serve. E diz que o diabo esta destruindo o seu casamento!
Clama a Deus, mais não percebe que para o milagre acontecer ela precisa mudar! Ela faz parte do processo de restauração do casamento.
Isto também acontece com as mulheres - O homem a trata com grosseria e depois vem encostando, querendo algo mais – e diz que a mulher é que não quer saber mais disso ou daquilo. O cara é igual um cavalo, um troglodita. A mulher vai mandá-lo andar de bicicleta mesmo! O homem não é romântico, não leva um presente, não faz um elogio. Depois vai dizer que o diabo esta destruindo o casamento dele. Tem coisas que Deus não faz e tem coisas que o Diabo nem precisa fazer!
O que dizer daquele que está com problemas financeiros:
A pessoa esta pedindo a Deus que resolva sua vida financeira, mas não pode ver uma promoção na C&A ou na Riachuelo – que divida em 12 x sem juros - que não consegue ficar sem o famoso cartão de credito – gasta mais do que ganha!
Não organiza a própria vida financeira – fazendo uma planilha de custos.
E diz que o diabo esta levando tudo o que ganha. Sabe qual o nome do diabo? Shopping, Cartão de Credito. Comprador compulsivo.
Um dos maiores problemas do homem é a transferência de responsabilidade que faz parte da natureza pecaminosa - Édem.
Você conversa com uma pessoa que não quer se resolver, ela justifica tudo através dos outros!
O eixo central da mensagem triunfalista é – Deus vai te dar a vitória – Jesus já venceu o diabo e te fez um vencedor. Este tipo de mensagem tira do homem a responsabilidade de resolver os seus problemas, transfere para Deus ou para o Diabo os resultados da vida.
O que tem de crente vivendo do mesmo jeito, com os mesmos problemas – porque não se atentaram em resolver primeiramente os seus problemas e buscarem em Deus força para isso. Na igreja triunfalista a demanda de pessoas com problemas é sempre crescente, estas pessoas são incentivadas a buscarem cada vez mais ao Deus que resolve os problemas, e continuam com eles, por quê?
Eu creio, sim, que Deus pode resolver, ou melhor, nos ajudar a resolver nossos problemas – mas partindo da premissa de que eu tenho que reconhecê-los e me esforçar em vencê-los.
O primeiro passo para uma vida transformada é o arrependimento e o segundo passo no caminho do arrependimento é um plano de mudança!
Por que as coisas não acontecem na tua vida, meu irmão? Porque você continua fazendo as mesmas coisas, continua sendo o mesmo! Apesar de orar e buscar a Deus!

Pr. Jaylson Nogueira Pereira

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Cristo é mais!

Cristo é mais!

Ricardo Quadros Gouvêa

Há quem pense que o problema de muitos evangélicos hoje seja o seu fanatismo religioso, sua devoção extravagante, sua religiosidade exacerbada. Penso que há aqui um engano, uma interpretação superficial da questão. Até porque tal devoção pode ser amor próprio disfarçado (Cl 2.23), tal religiosidade pode ser um culto ao próprio ventre (Fp 3.19), e tal fanatismo pode ser mera idolatria (Is 1.13-17).
O verdadeiro problema é justamente o oposto disso. É o seu menosprezo para com a pessoa de Cristo. É a maneira reducionista de muitos evangélicos perceberem a Cristo. É a construção de uma espiritualidade neo-pagã em que a pessoa de Cristo é secundária (onde deveria ser central), instrumentalizada em um discurso cujo centro é o consumo de bens espirituais (Mt 6.24, 31-32). O problema de muitos evangélicos é não perceber o tamanho do evangelho de Cristo e quem de fato Cristo é.
Há no discurso evangélico uma presença muito clara do nome de Jesus, mas uma presença que beira à magia, já que se trata de um uso instrumental e ritualístico do nome de Jesus, e que beira à idolatria (pasmem! uma idolatria de Jesus!), pois o nome de Jesus é apresentado desvestido e desencarnado da pessoa de Jesus Cristo, de seu ensino e de seu significado teológico como redentor da humanidade (Mt 7.21).
Quando a Bíblia nos ensina a orar “em nome de Jesus Cristo” (1Co 5.4; Ef 5.20), isso não é uma fórmula mágica que carrega em si poder para realizar milagres. A expressão significa que os cristãos são representantes de Cristo na terra, e por isso devem falar em nome de Cristo, fazendo a oração que ele próprio faria.
Jesus ficou reduzido a isso em boa parte do discurso evangélico: uma palavra mágica, um ícone, um significante cujo significado se tornou propositadamente difuso. Com isso, foi-se esquecendo do verdadeiro Jesus Cristo, o mestre a quem se deve seguir (Mt 11.28-29; Cl 2.8), dos seus ensinos de amor por palavras e atos, da sua pregação sobre o desprendimento e a humildade (Mt 6.25-34; Lc 22.26; Jo 13.1-17), de seu esvaziamento no serviço (Fp 2.5-8).
De fato, há muita extravagância religiosa entre os evangélicos, que vai das coreografias sem profundidade às expressões faciais agônicas; dos discursos inflamados sobre cura e poder à rigidez moralista das propostas de conduta cerceadoras da liberdade em nome de um pudor muito distante daquilo que a Bíblia indica (Mq 6.8; Cl 2.20-23); do dogmatismo que faz de Cristo um mero item doutrinário ao sectarismo individualista que nos faz esquecer as dimensões sócio-políticas da redenção no aqui e agora.
Cristo é mais! O que Cristo pode fazer pelos seres humanos é muito mais do que está sendo muitas vezes apresentado pelos evangélicos e aos evangélicos. Não se limita aos benefícios materiais e curas, mas a uma vida tão plena de sentido e de senso de vocação que os bens materiais e a saúde deixam de ser primordiais.
Cristo é mais! Foi-se esquecendo das dimensões mais profundas da redenção que há em Cristo. Essa redenção ficou reduzida à garantia de uma vida feliz após a morte, à esperança materialista de um céu de recompensas luxuosas (devido a interpretações literalistas dos símbolos bíblicos: Ap 2.10; 21.11), esperança que não indica nenhum desapego, mas antes ressentimento e inveja em relação aos ricos e poderosos. A redenção em Cristo já não é percebida como o resgate de uma vida diferenciada, uma vez que dotada de sentido e valor aqui e agora, na missão, no serviço, no convívio amoroso e no desfrutar da criação divina.
Cristo é mais! O individualismo da modernidade nos fez crer que o dom de Cristo se limita ao que pode fazer por cada pessoa enquanto indivíduo, deixando de lado as dimensões sociais do evangelho, e tudo que ele significa para a nação (Sl 33.12): um futuro melhor para nossos filhos, uma cultura calcada na integridade e na justiça, no amor e na sabedoria, a construção de uma sociedade que vive de acordo com os valores do reino de Deus (Mt 28.20). Em vez disso, vemos que as preocupações éticas e a preparação para a cidadania estão descartadas da pregação e fora do ensino religioso nas igrejas (Is 1.10-17).
Tampouco pode ser Cristo reduzido a mero elemento do sistema doutrinário, como se minha fé incluísse, entre outras, doutrinas acerca da pessoa de Cristo e acerca de sua obra de salvação. Cristo é mais! Ele é o centro de nossa fé. É nele que cremos, em sua vida conosco, na sua presença (Mt 28.20; Jo 14.16-18) e no seu pastoreio (Sl 23.1; Jo 10.11). Ninguém deve se considerar salvo em Cristo porque subscreve à doutrina da salvação pela graça mediante a fé. Mera aceitação de doutrinas é obra meritória de cunho intelectual e ritualista (Rm 3.20, 28). Somos salvos pela graça divina mediante a fé (Ef 2.8-10) na possibilidade de estarmos unidos a Cristo em sua morte e em sua ressurreição (Cl 2.12; 2Tm 2.11) -- uma realidade a ser vivenciada aqui e agora!
Cristo é mais! A redenção em Cristo não se limita ao perdão da culpa dos pecados, à nossa justificação pela união com Cristo em sua morte na cruz, mas se estende à esperança da glória (Ef 1.18; Cl 1.27), à santificação pela presença de Cristo em nós (Rm 6.22; Hb 12.14), que nos torna seus discípulos e imitadores (1Co 11.1; 1Ts 1.6). A fé protestante está centrada na vida do Cristo ressurreto (1Co 15.14, 19; Rm 6.5). Não somos convidados a viver, em Cristo, como penitentes! Antes, a uma vida abundante (Jo 10.10)! Nossa união com Cristo nos leva a viver a sua vida, nos eleva para perto de sua própria estatura espiritual (Ef 4.13), promete nos tornar co-participantes da natureza divina (2Pe 1.4), e nos convida a viver desde já possuídos pela glória de Deus (2Co 3.18) e entusiasmados pelo Espírito Santo (Ef 5.18).
Cristo é mais! Na verdade, é muito mais do que pensamos ou podemos imaginar. Temos que esperar sermos por ele surpreendidos (Ef 3.20), como um leão que não pode ser adestrado, que é bom, mas que não é domesticado (como sugere C. S. Lewis acerca de Aslam), como um tigre que subitamente coloca suas patas dianteiras sobre nosso peito exigindo-nos a nossa atenção para seu poder e sua beleza (como sugere Thomas Howard em “Christ the Tiger”). Por mais que tentemos enlatar a Cristo, condicioná-lo, fazê-lo nos servir, qual gênio da lâmpada, ele nos escapará do controle e nos surpreenderá, porque Cristo é muito mais!
Lamento pelas multidões de cristãos que se esqueceram, que se iludiram, que se deixaram levar por pregações acerca de Cristo e em nome de Cristo que o reduziram a algo ridiculamente menor do que ele de fato é, a um simulacro, um instrumento religioso a serviço de igrejas que são também simulacros de igreja cristã, e que, por esta genuína apostasia (Lc 18.8; 2Ts 2.3), deixam de ser igreja de Cristo para serem igrejas do anticristo, pois o anticristo nada mais é que o simulacro de Cristo (Mt 24.24), uma abominável desolação!
Lamento principalmente pela perda do verdadeiro Jesus Cristo, que pode dar sentido à vida, que pode curar a nação, que pode resgatar a humanidade em direção da sua própria glória, a glória da vida do amor de Deus. Estamos trocando a Cristo por simulacros, pois, ao reduzi-lo a fórmulas mágicas, eclesiásticas ou teológicas, ele se torna menos do que ele é: a presença viva, aqui e agora, da pessoa que me convida a segui-lo, a encarnar o seu próprio Espírito, e abraçar o projeto supremo de viver, nele, a vida eterna e abundante de Deus.

• Ricardo Quadros Gouvêa é pastor da Igreja Presbiteriana do Bairro do Limão, em São Paulo, professor de teologia da Faculdade Unida de Vitória, ES, e do programa de pós-graduação em ciências da religião da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

É PARA ISSO QUE FUI CRIADO.


É PARA ISSO QUE FUI CRIADO.


PARE E PENSE!

"A entrada para a mente do homem é o que ele aprende, a saída é o que ele realiza. Se sua mente não for alimentada por um fornecimento contínuo de novas idéias, que ele põe a trabalhar com um propósito, e se não houver uma saída por uma ação, sua mente torna-se estagnada. Tal mente é um perigo para o indivíduo que a possui e inútil para a comunidade."
(Jeremias W. Jenks).


“Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para todas as boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas.” Efésios 2:10

Nossa sociedade esta repleta de pessoas que amam o trabalho; sentem-se estimulados e revigorados por ele. Alguns até deixam seu local de trabalho todos os dias sabendo que honraram a Deus por meio de seu trabalho e seu amor pelas pessoas. Mas, quando chegam em casa à noite, poucas sentem o prazer, o sentido e o propósito de vida que viram anunciados em propagandas, comerciais de cerveja ou sistemas de computadores. São pessoas piedosas e conscientes, e agradecidas pelo trabalho, porém não encontram satisfação para a alma nisso.

EM UMA MISSÃO.

Quando o autor do livro de Eclesiastes decidiu determinar o seu propósito de vida, começou acumulando uma grande quantia de dinheiro e acabou descobrindo que isso não proporcionava o sentido que ele esperava. Então buscou poder, conseguiu-o e descobriu que isso também não o satisfazia. Em seguida, veio uma escandalosa busca por prazer. Depois por fama e notoriedade. Finalmente, quando todos os esforços chegaram ao fim, ele disse suas palavras: “Vaidade, vaidade, tudo é vaidade”. Ou, como diz outra tradução: “Tudo isso é correr atrás do vento”.

Não fomos criados para correr atrás do vento. Fomos criados para nos unir a Deus em uma missão. É como se Deus estivesse de luvas para trabalhar. E ele nos chama para arregaçar as mangas e nos ajuntarmos a ele com nossos talentos, nosso tempo e nossa paixão. Ele deseja que sua missão seja a nossa.

O desejo de ser um agente de mudança do mundo está plantado no coração de todo ser humano, e esse desejo vem diretamente do coração de Deus. Podemos sufocá-lo com o egoísmo, silenciá-lo com a conversa fiada de que não podem deixar de ser competitivo ou deixá-lo para trás na rápida trilha que leva a uma realização pessoal. Mas ele ainda está lá. Toda vez que nos perguntamos se a vida se resume ao trabalho maçante que fazemos todos os dias, de horas infindáveis, esse desejo divino se manifesta em nós. Toda vez que ficamos impacientes e insatisfeitos, o desejo sussurra em nossa alma. Toda vez que nos perguntamos como seria uma vida de verdadeiro propósito, o desejo nos chama para algo mais.

ENSINAMENTOS DE JESUS

1 - Quando ele disse que deveríamos “Amar ao Senhor nosso Deus com todo o nosso coração, alma, mente e força, e ao próximo como a nós mesmos”, ele nos chamava para trocar uma religião ritualizada por um relacionamento de genuíno amor com Deus e oferecer aos outros o mesmo tipo de atenção, honra e compaixão que damos a nós mesmos. A transformação que Deus almeja nos chama a viver de um modo no qual “o amor vence tudo”.

2 – Quando Jesus enfatizou seus ensinos sobre a preocupação com os pobres, os impotentes e os oprimidos, ele descreveu um novo sistema de valores.

3 – Quando disse: "Toma a tua cruz e segue-me", Ele nos dizia explicitamente que segui-lo exige sacrifício, sofrimento e morte de algo egoísta dentro de nós.

4 – Quando disse: "ide por todo o mundo e pregai o evangelho, batizando em meu nome e dizendo a todos o que ouvistes de mim", Ele deixa claro que sua vontade para nós inclui o chamado para a missão em escala mundial. Nosso chamado para amar o próximo como a nós mesmos inclui tanto o vizinho do outro lado do globo como aquele que mora ao lado.

CONCLUSÃO

Atos 13: 36 fala sobre um personagem do Antigo Testamento chamado Davi. O texto simplesmente diz: “tendo Davi servido à sua própria geração, conforme o desígnio de Deus...”. Davi não perdeu tempo correndo atrás do vento. Ele decididamente se dedicou à missão de Deus e morreu sabendo que sua própria vida havia servido ao seu propósito maior.

Toda pessoa que freqüenta uma igreja local tem de fazer uma escolha. Ela pode sentar no lugar de sempre, assistir um bom culto, conversar com os amigos e depois ir para casa. Essa escolha faz parte de uma bela e tranqüila experiência de domingo. Ou ela pode lançar-se em uma aventura, arregaçando as mangas, juntando-se a uma equipe de servos com as mesmas opiniões e ajudando a formar a igreja local da qual Deus a chamou para fazer parte.

UM PARTICIPANTE OU UM ESPECTADOR?

E você? Não é hora de levantar-se das arquibancadas, atravessar alguns bancos, adaptar-se e sair para o campo? Garanto que é muito mais divertido participar do que assistir. Por que ficar vendo os outros mudarem o mundo quando você pode se juntar a eles?

Servir é muito mais gratificante do que ser espectador.


PONTOS DE REFLEXÃO

1- É possível num sistema capitalista servirmos ao próximo por amor e não por interesse?

2- Por que existe em nos (homem) um vazio existencial?

3- Qual tem sido a sua forma de preencher este vazio?


Extraído do livro: A Revolução no Voluntariado. Autor Bill Hybels "Por que as pessoas fazem do servir ao próximo sua razão de viver".

Adaptado por Pr. Jaylson Nogueira Pereira.

Equipe JUMP.




segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Escolheu quem ele quis

“JESUS subiu a um monte e chamou a si aqueles que ele quis, os quais vieram para junto dele.” (Marcos 3:13) Este verso faz parte da narrativa que apresenta JESUS escolhendo seus doze apóstolos. Aliás, não ‘eram doze’ apenas, mas, ‘eram dose!’ Sim, doze que eram dose cavalar de desafios para o Mestre. Enfim, assim como nós, eram pessoas comuns escolhidas por JESUS. Esta escolha do Mestre que me intriga. Afinal, conhecemos a história toda, pois além de saber quem ele escolheu, sabemos também o que aconteceu com cada um deles, especialmente os que mais se destacaram como: Judas Iscariotes, Pedro, João, Tiago (irmão de João), André e Levi. Temos dois principais movimentos apresentados pelo texto que promovem grande alegria ao meu coração, e precisa acontecer exatamente na ordem em que está apresentado: 1. “... chamou para si aqueles que ele quis.” A primeira parte deste texto nos fala de uma escolha inequívoca, particularizada, convicta. JESUS os chamou para si, o que demanda entender que foram escolhidos com todas as implicações que a escolha demandava. Quero com isto dizer que o Mestre sabia muitíssimo bem quem eram os que estava escolhendo. Não foi surpreendido em nenhum momento após a escolha. Sabia quem, por que e para que estava escolhendo, e ainda assim, escolheu com firmeza. Isso me traz profunda alegria. DEUS me escolhe sabendo quem sou, quais meus limites e fraquezas, quais as implicações de me escolher, e ainda assim, escolhe com o amor e afetividade que são tão inerentes a Ele. 2. “... os quais vieram para junto dele.” A segunda parte do texto nos apresenta uma perspectiva completar que é gerada como conseqüência da escolha feita. E esta é a seqüência correta: primeiro a escolha parte do Mestre (que nos amou e alcançou primeiro) e apenas depois, contudo não menos importante, respondemos positivamente ao seu acolhimento e vamos para junto dEle. Nossa resposta depende da escolha que Ele faz de nós mesmo sabendo quem nós somos, o que carregamos escondido em nós, quais as inclinações humanas e obscuras nos são comuns, e ainda assim somos escolhidos. Por isso, respondemos com um veemente sim! Tamanho acolhimento, gera uma aproximação de DEUS que dá sentido à vida e nos torna mais plenos e felizes. Por isso, lembre-se, Ele os escolheu sabendo quem eram e ainda assim o fez sem vacilar. Nossa grande alegria consiste em sermos recebidos, aceitos e escolhidos por DEUS mesmo ele sabendo o desfecho da história. Como não responder positivamente? Quero estar junto do Mestre, é o melhor lugar para se estar neste mundo.

Pr. Leandro Mozart

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Lei e Graça


Por Ariovaldo Ramos


Toda mensagem de Deus, que chega até nós, chega em forma de Lei. Porque Deus não pede, manda.

Toda a Lei de Deus tem de ser cumprida. Porque Deus fala para ser obedecido.

Ninguém, entretanto, tem condição de cumprir a Lei de Deus. Porque nada podemos fazer por nós mesmos. Não há suficiente força em nós.

Logo, toda Palavra de Deus revela a nossa impotência. Toda a impotência reconhecida revela nossa necessidade. Toda a necessidade assumida revela a nossa dependência. Toda a dependência nos humilha.

Bem aventurados os humildes!

Ter consciência de sua humildade não é necessariamente estar em situação humilhante. A criança recém nascida se humilha diante do seio da mãe, mas, em hipótese alguma está em situação humilhante. Pelo contrário, o seio da mãe a dignifica.

Assim a Lei de Deus nos humilha para que a Graça de Deus nos exalte.

Deus, através de sua Lei nos coloca de joelhos para que, por meio de sua Graça, nos coloque de pé.

A Lei está para a Graça, assim como a Graça está para a Lei.

terça-feira, 20 de julho de 2010

A graça de Deus

A graça de Deus na sociedade e na economia


Por Ariovaldo Ramos


"porque se apresenta como um dever-ser, como o projeto histórico de Deus."


Hirata


Falar, penso, nesse tema é falar do reino de Deus. O reino como utopia é a graça nos dando direção.
"Buscar o reino e a justiça de Deus, significa trabalhar para mover o mundo na direção das prioridades do reino"  Howard Snyder

Gostaria de, como ilustração, apresentar um possível desenvolvimento dos princípios numa situação dada, no caso, nossa realidade nacional.
Jesus Cristo, segundo o registro de Mc 10.42-45"(blh), disse: "Vocês sabem que aqueles que são considerados governantes das nações as dominam, e os seus grandes exercem poder sobre elas. Não será assim entre vocês. Pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vocês deverá ser servo; e quem quiser tornar-se o primeiro deverá ser servo de todos. Pois nem mesmo o Filho do homem veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos".

Jesus Cristo preconizou uma nova sociedade, cujo poder governamental seria exercido por meio do serviço a todos. Uma sociedade de cidadãos, onde todos seriam cidadãos, pois, só uma sociedade em que o governo assume a sua vocação de servo, de todos, é que a cidadania floresce.

Na sociedade do Cristo, o poder deveria ser exercido dessa forma para que a sociedade pudesse cumprir a sua vocação, qual seja:

uma sociedade onde o uso da terra fosse regulamentado, tendo em vista o bem de todos, pois, como disse o profeta Isaías: Deus não admite que alguém possa comprar casa sobre casa e terra sobre terra até ser o único morador do lugar. Na sociedade do Cristo a terra teria de ser repartida entre todos, pois é para todos. Este tipo de coisa só acontece quando o governo está a serviço de todos.

uma sociedade onde a riqueza fosse distribuída com eqüidade, pois, como disse o apóstolo Paulo: Deus quer quem colheu demais não tenha sobrando, e o que colheu de menos não tenha faltando. Uma sociedade com consciência de coletividade. O que só acontece quando o governo está a serviço de todos.

uma sociedade onde o trabalhador usufruísse da riqueza que produz, pois, como está escrito: o trabalhador é digno de seu salário e mais, não se pode amordaçar o boi que debulha o milho, isto é, aquele que produz deve ser o primeiro a usufruir do que produziu. Uma sociedade de trabalhadores para trabalhadores. O que só acontece quando o governo está a serviço de todos.

uma sociedade onde a criança fosse prioridade, pois, Deus não quer que nenhum dos pequeninos se perca, e ameaça com duras penas a sociedade que desviar as crianças de sua vocação divina: vocação à saúde; à educação; à segurança; à longevidade; ao emprego – enfim uma vida que possa ser celebrada. O que só acontece quando o governo está a serviço de todos.

uma sociedade onde os orfãos e as viúvas, isto é, os que tudo perderam, não ficasssem desamparados, pelo contrário, parte da produção seria destinada exclusivamente para estes, para que não houvesse miséria na sociedade. Uma sociedade onde todos desfrutassem do direito à dignidade. Uma sociedade de cidadãos, pois, só onde há dignidade há cidadania.

uma sociedade onde o idoso fosse referencial de sabedoria, nunca um fardo, pois, na bíblia, o idoso é o conselheiro que ajuda o jovem na sua caminhada e, por este é visto como um mentor, como alguém que é guardião dos valores que devem nortear a sociedade. Alguém que deve ser honrado, o cidadão por excelência, pois construiu e legou para as gerações que o sucedem.

Na sociedade preconizada por Cristo o conjunto de cidadãos é o estado. E todos são cidadãos. Por isso, o governo estaria a serviço de todos. E estar a serviço significaria que o governo estaria sob o controle da cidadania, E porque o governo estaria sob o controle, os direitos humanos seriam respeitados. E onde os direitos humanos são respeitados há previdência, isto é, o futuro do cidadão estaria assegurado, ou seja, o cidadão seria o beneficiário da riqueza que produziria. E mais, previdência seria um conceito que abrangeria não apenas a saúde ou a velhice, mas a escola, a segurança, o emprego, o lazer, enfim, tudo o que dá qualidade à vida. Nesta sociedade, o governo seria um agente previdenciário, e o futuro seria, não como algo que quanto mais remoto melhor, mas como uma sucessão de presentes, onde cada dia traria a garantia de um futuro assegurado.

No Brasil estamos com sérios problemas na questão da previdência e dos direitos humanos, porque o Brasil não é uma sociedade de cidadãos. Há cidadãos, mas são poucos, o resto é o povo.

Os cidadãos são os que detêm o poder econômico, são os que financiam a classe política, eles é que são representados, é a quem o governo serve. Para tais não há problema de previdência ou de respeito aos direitos humanos, pois, todos os seus direitos são respeitados.

Como já foi propalado, vivemos o "apartheid" no Brasil. De um lado os detentores do poder econômico, doutro lado o povo. Dizem aos membros do povo que eles, também, são cidadãos, porém, é uma inverdade, pois, o povo não tem direito ao voto, tem a obrigação do voto, e vota só para legitimar o que os poucos cidadãos já decidiram. O povo vota, mas, não veta, e quem não tem o poder de veto, de fato não exerceu o direito do voto, porque não tem como obrigar os eleitos a serem os representantes que deveriam ser, consequentemente nunca terá seus direitos respeitados. Quem respeita gente que só serve de massa de manobra? E mais, o voto do povo tem sido fruto de grandes campanhas de marketing, que o leva a sufragar alguém com quem não tem a mínima identificação, de quem nunca mais saberá nada, até que, através de outra campanha de marketing, seja chamado a legitimar os desejos da classe dominante.

Durante o mandato de seus pretensos representantes, uma vez que constitui a maioria da população, o povo terá de engolir falácias de todo o tipo, tais como:


1- A solução é a privatização. Solução do que ninguém explica. Solução para a saúde da empresa, certamente não é, pois, a solução para a saúde de qualquer empreendimento é a boa administração.

2- Todo subsídio é danoso, empresa estatal só pode cumprir o seu papel social com eficiência, se for lucrativo. Nunca é dito que empresas estatais, com estratégico papel social, não têm de ser eficientes, têm de ser eficazes, não é uma questão de fazer "certo" as coisas, mas, sim, de fazer as coisas certas, isto é, de cumprir o seu papel social. Por exemplo: o trabalhador não paga imposto para que a empresa municipal de transporte urbano dê lucro, mas para que possa ser transportado com dignidade.

3- Que o grande problema é a inflação. Nunca é o desemprego, a miséria, o analfabetismo, os baixos salários, a fome. E que para resolver este grande problema tem de haver mais desemprego, mais salários baixos, mais miséria e mais fome. O povo cede e problema nunca se resolve. Quando parece que agora vai...surge uma nova crise e mais sacrifício.

4- Que não há dinheiro para os programas sociais e, muito menos, para a previdência social. Que o fardo que a previdência carrega é por demais elevado. Mas como pode ser por demais elevado se o trabalhador apenas quer aquilo pelo que pagou, e sempre recebe muito menos? Por que não é dito que num órgão onde a corrupção caminha de mãos dadas com a impunidade não há dinheiro que cheque? Que o trabalhador paga, porém, a sonegação desvia o dinheiro e não há combate sério a esta? Que num país em que as grandes fortunas não são taxadas, em que o capital especulativo tampouco é devidamente taxado, assim como os lucros astronômicos das instituições financeiras, nunca haverá mesmo recursos para projetos sociais?

Que fazer diante disso? É preciso um milagre. Não o milagre sobrenatural, mas o milagre da conscientização, o milagre que abre os olhos. Cada trabalhador, cada marginalizado tem de se conscientizar de que povo é uma categoria que não existe, ou se é cidadão ou não se é nada. Cada um destes tem de se conscientizar de que para que os seus direitos sejam respeitados, para que o governo não lhe engane com falácias, ele tem de fazer-se cidadão, ou seja , tem de se ver como alguém a quem o governo tem de servir, tem de transformar a obrigação do voto no exercício do direito de votar, votar só naqueles sobre quem tem o poder de veto, e transformar isso em lei. A categoria povo tem de ser substituída pela categoria sociedade – sociedade de cidadãos. Sociedade onde a lei é para todos; que tem um projeto de estado – estado previdenciário. A recentíssima história tem nos feito ver, que onde a consciência de cidadania triunfa, as forças progressistas são sufragadas e, consequentemente, desaparece o povo e surge o cidadão e a sociedade. Que assim seja em Nome do Senhor Jesus Cristo.

A tarefa da Igreja é tornar-se instrumento da graça em toda a sua abrangência. Penso que, neste caso, ser agente da graça é ser postuladora e conscientizadora das políticas do Reino de Deus.

Creio que a Igreja Brasileira precisa deixar de apenas usufruir a graça para tornar-se propagadora da graça. Em cada um dos quesitos levantados há o que fazer se a igreja brasileira quiser, de fato, ser agente da graça em nosso território.


Ariovaldo Ramos é casado com Judith Ramos e têm duas filhas: Myrna e Rachel. É filósofo e teólogo, além de diretor acadêmico da Faculdade Latino-americana de Teologia Integral, missionário da Sepal e presidente da Visão Mundial.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

NÃO PERCA TEMPO!



(Tito 3:1-9)

“Aconselhe que não falem mal de ninguém, mas que sejam calmos e pacíficos e tratem todos com educação. Pois antigamente nós mesmos não tínhamos juízo e éramos rebeldes e maus. Éramos escravos das paixões e dos prazeres de todo tipo e passávamos a nossa vida no meio da malícia e da inveja. Os outros tinham ódio de nós, e nós tínhamos ódio deles. Porém, quando Deus, o nosso Salvador, mostrou a sua bondade e o seu amor por todos, Ele nos salvou porque teve compaixão de nós, e não porque nós tivéssemos feito alguma coisa boa. Ele nos salvou por meio do Espírito Santo, que nos lavou, fazendo com que nascêssemos de novo e dando-nos uma nova vida. Deus derramou com generosidade o seu Espírito Santo sobre nós, por meio de Jesus Cristo, o nosso Salvador. E fez isso para que, pela sua graça, nós sejamos aceitos por Deus e recebamos a vida eterna que esperamos. Esse ensinamento é verdadeiro. Quero que você, Tito, insista nesses assuntos, para que os que crêem em Deus se interessem em usar o seu tempo fazendo o bem. Isso é bom e útil para todos. Mas evite as discussões tolas, as longas listas de nomes de antepassados, as brigas e os debates a respeito da lei dos judeus. Essas coisas são inúteis e sem valor.”

"O QUE ME PREOCUPA NÃO É O GRITO DOS MAUS. É SIM O SILÊNCIO DOS BONS"

Apenas parafraseando este pensamento: O que me preocupa não é a ação dos maus. É sim a inércia dos bons.

Martin Luther King

Espero me fazer compreendido com minhas palavras e citações ancoradas a este mar conturbado do discurso religioso que mais parece uma batalha de pau e pedras, líderes que buscam as fraquezas alheias, as doutrinas pregadas erroneamente, as manipulações em nome de uma “espiritualidade”, denominações históricas versos emergentes, teólogos filosóficos versos “super espirituais” fundamentados por suas experiências transformadas em dogmas, doutrinas.

Quem seria os certos ou errados? Nesta guerra onde poucos se preocupam com os feridos e nem mesmo em enterrar os que morrem meio esta batalha. O que vejo, é o mesmo sentimento da igreja em Corinto. “Eu sou de Paulo, eu sou de Apolo. Que idiotice! Embora ensinar a doutrina correta se faz necessário, a Palavra pela Palavra, Conhecer é libertar-se! Entretanto nesta briga de mercado não gostaria de entrar, uma verdadeira feira religiosa, expressões sombrias de um cristianismo pálido e doente, que poderia ser verdadeiro com ações que modificam as vidas das pessoas, mais vivido que simplesmente pregado ou defendido.

Vejo que o Brasil é um país místico – sendo mais fácil crer no que lhe é útil para causas imediatas, ou seja, a mensagem dos seus problemas serão resolvidos tem encontrado lugar. Agora não posso me furtar o direito de dizer que “JESUS É A SOLUÇÃO DA VIDA MISERÁVEL DO HOMEM” do seu egocentrismo. Nesta mensagem o problema é que queremos nos dar bem! Sentar a direita de Jesus.

Nesta linha de pensamento dos “seus problemas acabaram” - analiso o homem numa tentativa de preservação da própria espécie, ou melhor, de si mesmo usando a religião como subterfúgio. Pessoas assim preferem entrar na mais escura caverna do quê enfrentar as feras da sua própria natureza. E é chuva de pau e pedra para todos os lados.

Este problema não é uma questão teológica, mas antropológica, pois o homem sempre quis si dar bem. Por isso que o capitalismo é indestrutível, pois encontrou no coração do homem o seu combustível e acredito que este tipo de mensagem ou discurso religioso também o é. Raramente pensamos nos outros quando buscamos a Deus ou até mesmo quando O defendemos. E será que Ele precisa de defensor? A mensagem do evangelho tem perdido sua essência, salvar a alma perdida.

Antropológico – pois quem dá ouvido à teologia da prosperidade quer tão somente prosperar, dar bem! Não tem nada de religioso nisso. Quem é manipulado pelos lideres manipuladores estão ali também para manipular, rara são as exceções os literalmente enganados, é uma tribo de cacique, pajé e índios. Não tem nada de religioso, é uma questão de natureza humana, ou como diria os defensores da evolução – sobrevivência.

Onde estaria a igreja que reparte o pão? Dos Bons Samaritanos? Coloco-me nesta análise também! Por isso nosso discurso deveria mudar! Preocupar-nos com coisas que nos dariam retornos eternos e absolutos.

“É melhor tentar e falhar, que preocupar-se e ver a vida passar.

É melhor tentar, ainda que em vão que sentar-se, fazendo nada até o final.

Eu prefiro na chuva caminhar, que em dias frios em casa me esconder.

Prefiro ser feliz embora louco, que em conformidade viver” (Martin Luther King)

“Amar a Deus e ao próximo como a ti mesmo”, a mensagem de Jesus não fugia a esta premissa. Acredito que chegou o momento de preocupar menos com a igreja do lado, com suas doutrinas, estratégias e outras coisas e atentarmos com as pessoas que estão fora da igreja, oferecendo a elas o mais puro amor, pois isto seria suficiente para não engrossarem as fileiras de uma religiosidade de interesses terrenos e passageiros.

Mas ainda sim! Jesus disse: “Quem não é contra nós e por nós” – nossa luta é contra quem? E se você pensou em Jesus entrando no templo expulsando os mercadores, Ele era Jesus! Que conhecia o homem e suas intenções e ainda hoje nos conhece!

Palavras de Jesus: “Mas ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois, que fechais aos homens o reino dos céus; e nem vós entrais nem deixais entrar aos que estão entrando. Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que devorais as casas das viúvas, sob pretexto de prolongadas orações; por isso sofrereis mais rigoroso juízo.” (Mt. 23:13-14).

Tenho ouvido pessoas dizerem e se deterem neste discurso cansativo e insensível, algumas pessoas com fundamentos outras apenas “papagaios de marujos”. Alertar sim, até se quiserem andar como o profeta Isaias para chamar a atenção fica a critério de cada um, entretanto, não com os dentes escorrendo sangue, pois assim perdem toda característica cristã de humildade e amor ao próximo, pois apenas parecem defender o titulo de “Justo Juiz”.

Cito Martin Luther King: “Cada dia é o dia do julgamento, e nós, com nossos atos e nossas palavras, com nosso silêncio e nossa voz, vamos escrevendo continuamente o livro da vida. A luz veio ao mundo e cada um de nós deve decidir se quer caminhar na luz do altruísmo construtivo ou nas trevas do egoísmo. Portanto, a mais urgente pergunta a ser feita nesta vida é: \'O que fiz hoje pelos outros?”

Que possamos viver o verdadeiro cristianismo e deixar que o Senhor cuide dos fariseus devoradores!

Pr. Jaylson Nogueira Pereira

segunda-feira, 21 de junho de 2010

RELIGIOSIDADE, NÃO PRECISAMOS DELA!



RELIGIOSIDADE, NÃO PRECISAMOS DELA! 

Mateus 23.25-28

25 - Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque limpais o exterior do copo e do prato, mas por dentro estão cheios de rapina e de intemperança.

26 - Fariseu cego! Limpa, primeiro o interior do copo, para que também o exterior se torne limpo.

27- Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas por dentro estão cheios de ossos e de toda imundícia.

28 - Assim também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas por dentro estais cheios de hipocrisia e de iniquidade.


Indo para o culto dos jovens JUMP sexta-feira, onde teríamos uma vigília com o tema “religiosidade, não precisamos dela” - fiquei pensando no tema proposto, sem o compromisso de falar, pois seria mesmo um debate entre eles, que na verdade foi entre nós.
Nesse dia deparei-me com a situação das ruas da cidade de Vitória, devido uma greve dos garis e motoristas que fazem a limpeza pública, recolhendo nosso lixo. Digo que ter voltado os olhos para esta situação me foi esclarecedor com o mesmo tema proposto, com o que faço a analogia que gostaria de levá-lo a refletir.
A greve já estava no seu quinto dia, por isso o que me chamou atenção foi o acúmulo de lixo que estava amontoado aos pés dos postes, nas esquinas, nos muros, nos canteiros centrais da avenida, em toda parte. Por que não percebi antes? Creio que se fosse apenas por um dia poucas pessoas, assim como eu, notariam o que estava acontecendo, mas já era o quinto dia. Fora o mau cheiro que estava.
Mas o que isto tem a ver com “religiosidade”? Sem querer julgar, mas também não sendo despretensioso, tem tudo a ver. A religião ou a religiosidade que enfatizo é essa que às vezes me impede de expor o meu lixo. Tipo: Você é assim! Você não pode ser assim! É essa que me obriga ser segundo os moldes da própria religião. O problema é que o lixo vai ficando amontoado em algum canto, já que por causa dela eu não consigo demonstrar o que realmente sou. Pecador! E o lixo vai acumulando!
O que seria o lixo na cultura popular? “Aquilo que não presta”, embora já ouvíssemos algumas vezes sobre reciclagem, podendo mudar brevemente este conceito. O que percebi com a greve foi que lixo amontoado fede, chama atenção e provoca reações fisiológicas não agradáveis.
Desde o princípio nós temos o hábito de esconder as coisas, ou até mesmo de nos escondermos. “Adão, onde estás?” Esta pergunta lhe é familiar? O nosso pecado poderia muito bem receber o sinônimo de lixo não reciclável.

Mateus 15:7-8

"Hipócritas! bem profetizou Isaias a vosso respeito, dizendo: Este povo honra-me com os lábios; o seu coração, porém, está longe de mim."

É um tanto polêmico relacionar RELIGIÃO com HIPOCRISIA, mas o próprio Jesus o fez. Afinal, o Mestre não veio ao mundo para criar uma nova religião, mas para trazer graça ao mundo. Não veio para julgá-lo, mas para salvá-lo.
O que não presta para ficar guardado deve ser colocado para fora, pois somente desta forma o gari poderá levar embora. Depende tão somente do dono do lixo. Nunca vi um gari entrando na minha casa para pegar o meu lixo. Um dos riscos do acúmulo de lixo seria as doenças, epidemias, caos no saneamento básico, risco de atinge os lençóis freáticos contaminando a água, podendo levar a morte. Na vida, na alma não é diferente! Como acumulamos coisas que não prestam para ficarem guardadas! Porém!

Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça (1 João 1:9).

Confessar é colocar o lixo para fora! Creio que Jesus não ficaria nem um pouco diminuído se fosse dado a Ele o título de “Gari eficiente da Alma”.
Mas cuidado! A religiosidade pode muitas vezes andar de mãos dadas com a hipocrisia, com o teatro da vida limpinha, sem acúmulo, sem lixo!
Jesus alertava, repreendia diretamente os fariseus tão somente por isso, por possuírem apenas prática religiosa, sendo um jugo pesado sobre as pessoas, não tendo a essência da verdadeira religiosidade, ou melhor, do cristianismo. Amor e Verdade.
Eram aparentemente religiosos, mas Jesus sabia que eram verdadeiros depósitos do mais podre lixo. “Sepulcros caiados”, embora alertados, não conseguiram entender que suas vidas eram vazias de sentido, suas observações da lei não lhes transformavam em pessoas melhores. Estavam mortos! Eram apenas religiosos.
Alguns podem dizer que Jesus desprezava os fariseus simplesmente porque eram homens segundo a Lei do Antigo Testamento, mas basta dar uma olhadinha no livro de Provérbios para ver que o Senhor alertava os homens para fugir da religiosidade muito antes da nova aliança.

Provérbios 16:5-6

"Todo homem arrogante é abominação ao Senhor; certamente não ficará impune. Pela misericórdia e pela verdade expia-se a iniqüidade; e pelo temor do Senhor os homens se desviam do mal."

Aqui o Senhor nosso Deus diz que ABOMINA a autossuficiência humana, mas que a salvação vem pela misericórdia e pela verdade. É impossível não estabelecer a relação com a revelação de João com respeito a Jesus.

João 1:14

 "E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade; e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai."

O plano de Deus para o homem não é uma religião. O projeto de Deus é o de ter uma família unida, na qual cada filho se pareça com o Pai, assim como O Primogênito (Jesus Cristo) se parece com o Pai.

Apenas ir à igreja, como costume ou até mesmo tradição não vale para Jesus, buscar a Deus tão somente para satisfazer os desejos egocêntricos ou a consciência também não, levantar as mãos e fazer lindas orações também não, demonstrar aquilo que Ele e você sabem que não é a verdade não vale de nada. Tem que ser “Em Espírito e em Verdade”.
Entender religiosidade como prática religiosa tudo bem! Mas esta prática sendo apenas uma forma simples de viver somada a verdade do coração. O que desejo não é ser chamado de homem religioso, mais sim de homem parecido com Cristo!

Pr. Jaylson Nogueira Pereira

sexta-feira, 18 de junho de 2010

O PAÍS DO FUTEBOL!!!

PÁTRIA MADRASTA VIL

Clarice Zeitel



Onde já se viu tanto excesso de falta? Abundância de inexistência...

Exagero de escassez... Contraditórios? Então aí está! O novo nome do nosso país! Não pode haver sinônimo melhor para BRASIL.

Porque o Brasil nada mais é do que o excesso de falta de caráter, a abundância de inexistência de solidariedade, o exagero de escassez de responsabilidade.

O Brasil nada mais é do que uma combinação mal engendrada - e friamente sistematizada - de contradições. Há quem diga que "dos filhos deste solo és mãe gentil.", mas eu digo que não é gentil e, muito menos, mãe.

Pela definição que eu conheço de MÃE, o Brasil está mais para madrasta vil.

A minha mãe não "tapa o sol com a peneira". Não me daria, por exemplo, um lugar na universidade sem ter-me dado uma bela formação básica. E mesmo há 200 anos atrás não me aboliria da escravidão se soubesse que me restaria a liberdade apenas para morrer de fome. Porque a minha mãe não iria querer me enganar, iludir. Ela me daria um verdadeiro Pacote que fosse efetivo na resolução do problema, e que contivesse educação + liberdade + igualdade. Ela sabe que de nada me adianta ter educação pela metade, ou tê-la aprisionada pela falta de oportunidade, pela falta de escolha, acorrentada pela minha voz-nada-ativa.

A minha mãe sabe que eu só vou crescer se a minha educação gerar liberdade e esta, por fim, igualdade. Uma segue a outra... Sem nenhuma contradição!

É disso que o Brasil precisa: mudanças estruturais, revolucionárias, que quebrem esse sistema-esquema social montado; mudanças que não sejam hipócritas, mudanças que transformem!

A mudança que nada muda é só mais uma contradição. Os governantes (às vezes) dão uns peixinhos, mas não ensinam a pescar. E a educação libertadora entra aí. O povo está tão paralisado pela ignorância que não sabe a que tem direito. Não aprendeu o que é ser cidadão. Porém, ainda nos falta um fator fundamental para o alcance da igualdade: nossa participação efetiva; as mudanças dentro do corpo burocrático do Estado não modificam a estrutura. As classes média e alta - tão confortavelmente situadas na pirâmide social - terão que fazer mais do que reclamar (o que só serve mesmo para aliviar nossa culpa)... Mas estão elas preparadas para isso?

Eu acredito profundamente que só uma revolução estrutural, feita de dentro pra fora e que não exclua nada nem ninguém de seus efeitos, possa acabar com a pobreza e desigualdade no Brasil.

Afinal, de que serve um governo que não administra? De que serve uma mãe que não afaga? E, finalmente, de que serve um Homem que não se posiciona?

Talvez o sentido de nossa própria existência esteja ligado, justamente, a um posicionamento perante o mundo como um todo. Sem egoísmo. Cada um por todos...

Algumas perguntas, quando auto-indagadas, se tornam elucidativas. Pergunte-se: quero ser pobre no Brasil? Filho de uma mãe gentil ou de uma madrasta vil? Ser tratado como cidadão ou excluído? Como gente... Ou como bicho?



Tema: "Como vencer a pobreza e a desigualdade"

Por Clarice Zeitel Vianna Silva da UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro - Rio de Janeiro/RJ

Premiada pela UNESCO, Clarice, de 26 anos, estudante que termina faculdade de direito da UFRJ em julho, concorreu com outros 50 mil estudantes universitários. Ela acaba de voltar de Paris, onde recebeu um prêmio da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) por uma redação sobre "Como vencer a pobreza e a desigualdade".

A redação de Clarice intitulada "Pátria Madrasta Vil" foi incluída num livro, com outros cem textos selecionados no concurso. A publicação está disponível no site da Biblioteca Virtual da Unesco.

sexta-feira, 11 de junho de 2010


FAMÍLIA UM PROJETO DE DEUS

SALMO 128
“Feliz aquele que teme a Deus, o SENHOR, e vive de acordo com a sua vontade! Se você for assim, ganhará o suficiente para viver, será feliz, e tudo dará certo para você. Em casa, a sua mulher será como uma parreira que dá muita uva; e, em volta da mesa, os seus filhos serão como oliveiras novas. Quem teme ao SENHOR certamente será abençoado assim. Que, lá do monte Sião, o SENHOR o abençoe! Que, em todos os dias da sua vida, você veja o progresso de Jerusalém! E que você viva para ver os seus netos! Que a paz esteja com o povo de Israel!”


Tentarei expressar o meu sentimento quanto ao valor da minha família, mesmo sabendo que não conseguirei quantificá-lo, pois, quando amamos não conseguimos amar pouco ou muito, da mesma forma em relação a outros sentimentos existentes como raiva, inveja, ódio etc. Não há maneira de medir, apenas sentimos e somos influenciados por este sentimento. Ou seja, vivemos o que sentimos!
Busco expressar o meu amor pelos meus filhos e pela minha amada esposa. Ah, as crianças! Como não amar estes pequenos e já travessos? Pois todas as manhãs ao iniciar o meu dia a primeira coisa que recebo ao acordá-los é um gesto de carinho, um sorriso, abraços sem interesse nenhum, desprovido de “egocentrismo”. Lembro-me do conselho de Jesus: “quem não se torna como um destes pequeninos não entrará no reino de Deus”. Portanto, o que percebo é uma manifestação pura de sentimento real e latente entre nós.
Fui criança e cantava: “Jesus foi criança como eu” me espanto que não muito distante destes dias. Sou grato a Deus pelo seu cuidado, pelo seu amor incondicional por nós, assim, como vejo nos meus filhos na  relação com o meu primogênito “Presente de Deus” este é o significado do seu nome, em algumas vezes chamado assim e atendido prontamente por ele, (rsrsr) hoje com quatro anos e meio e com a minha caçula a “Jardim de Deus” que faz hoje o seu primeiro ano de vida. Minha inspiração ao escrever este texto.
Nossa que trabalho! Mais quanta Alegria! Uma fusão entre noites, fraldas, médicos, remédios e outras funções. Que emoção tê-los, são nossas heranças, não deixaria de fazer mil vezes multiplicado a um milhão de vezes novamente, isso é claro com a dedicação e participação em todo esse processo da minha esposa e também dos agregados. Reconhecimento e gratidão é uma virtude que devemos cultivar!
Nesta função “Ser Pai” - Confesso que me vejo fazendo exatamente aquilo que não recebia do meu pai enquanto criança, isto não significa que não fui amado, apenas que o amor dele era descaracterizado de expressões e gestos e já com minhas memórias poucas vezes foi diferente. Lembro-me de um questionamento do meu irmão do meio, com respeito a essa forma de ser conosco, e o Espírito Santo lhe respondeu: “Você não precisa buscar entender o seu pai, precisa buscar amá-lo”. Meu pai! Quanta coisa mudou depois que me tornei pai. Eu o amo assim como ele é!
Entretanto, somos assim, queremos dar, fazendo o que foi deficiente conosco ou às vezes repetimos os mesmos atos recebidos traumaticamente, é uma escolha. Eu escolhi dar o que sempre quis receber! Mas como encontrar o equilíbrio? Na dedicação em querer vê-los crescendo com segurança, proporcionar o melhor, sem prejudicá-los, tipo mimá-los demais, privando-os de ser eles, mantendo-os debaixo das nossas asas. Tudo no seu devido tempo é claro! Mas o tempo voa, é como um piscar de olhos. Observe a águia e seu filhote, que após suas penas crescerem  a águia sua mãe o empurra do ninho localizado no mais alto penhasco para alçar vôos . Estou tentando encontrar! Sei que não posso ser hipoativo e nem mesmo hiperativo, ou seja, ficar facilmente agitado e inquieto nesta responsabilidade, o tempo é um bom professor.
Estamos em constantes transformações e o aprendizado é dia a dia, eu e eles. Aprendemos até no ultimo suspiro de vida, ou seja, o novo gera aprendizado. Portanto na escola da vida tenho aprendido ser Pai no cuidado dos meus filhos e esposo no cuidado da minha esposa, já a quase seis anos casados, também parece que foi ontem. Mais encontrei uma ajuda sem igual para estas funções, a palavra de Deus, é bom saber que Ele além de ser Deus é Pai e muito diferente do dito popular, pois eu permiti ser o meu Pai e estar comigo todos os dias. E hoje eu canto... Eu sou grato por tudo o que Tenho! E canto! Canta minha alma canta ao Senhor, rende-lhe sempre ardente louvor!