"Uma vida não questionada não merece ser vivida." (Platão)

Salmos 1
1 Felizes são aqueles que não se deixam levar pelos conselhos dos maus, que não seguem o exemplo dos que não querem saber de Deus e que não se juntam com os que zombam de tudo o que é sagrado!
2 Pelo contrário, o prazer deles está na lei do SENHOR, e nessa lei eles meditam dia e noite.
3 Essas pessoas são como árvores que crescem na beira de um riacho; elas dão frutas no tempo certo, e as suas folhas não murcham. Assim também tudo o que essas pessoas fazem dá certo.
4 O mesmo não acontece com os maus; eles são como a palha que o vento leva.
5 No Dia do Juízo eles serão condenados e ficarão separados dos que obedecem a Deus.
6 Pois o SENHOR dirige e abençoa a vida daqueles que lhe obedecem, porém o fim dos maus são a desgraça e a morte.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

RELIGIOSIDADE, NÃO PRECISAMOS DELA!



RELIGIOSIDADE, NÃO PRECISAMOS DELA! 

Mateus 23.25-28

25 - Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque limpais o exterior do copo e do prato, mas por dentro estão cheios de rapina e de intemperança.

26 - Fariseu cego! Limpa, primeiro o interior do copo, para que também o exterior se torne limpo.

27- Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas por dentro estão cheios de ossos e de toda imundícia.

28 - Assim também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas por dentro estais cheios de hipocrisia e de iniquidade.


Indo para o culto dos jovens JUMP sexta-feira, onde teríamos uma vigília com o tema “religiosidade, não precisamos dela” - fiquei pensando no tema proposto, sem o compromisso de falar, pois seria mesmo um debate entre eles, que na verdade foi entre nós.
Nesse dia deparei-me com a situação das ruas da cidade de Vitória, devido uma greve dos garis e motoristas que fazem a limpeza pública, recolhendo nosso lixo. Digo que ter voltado os olhos para esta situação me foi esclarecedor com o mesmo tema proposto, com o que faço a analogia que gostaria de levá-lo a refletir.
A greve já estava no seu quinto dia, por isso o que me chamou atenção foi o acúmulo de lixo que estava amontoado aos pés dos postes, nas esquinas, nos muros, nos canteiros centrais da avenida, em toda parte. Por que não percebi antes? Creio que se fosse apenas por um dia poucas pessoas, assim como eu, notariam o que estava acontecendo, mas já era o quinto dia. Fora o mau cheiro que estava.
Mas o que isto tem a ver com “religiosidade”? Sem querer julgar, mas também não sendo despretensioso, tem tudo a ver. A religião ou a religiosidade que enfatizo é essa que às vezes me impede de expor o meu lixo. Tipo: Você é assim! Você não pode ser assim! É essa que me obriga ser segundo os moldes da própria religião. O problema é que o lixo vai ficando amontoado em algum canto, já que por causa dela eu não consigo demonstrar o que realmente sou. Pecador! E o lixo vai acumulando!
O que seria o lixo na cultura popular? “Aquilo que não presta”, embora já ouvíssemos algumas vezes sobre reciclagem, podendo mudar brevemente este conceito. O que percebi com a greve foi que lixo amontoado fede, chama atenção e provoca reações fisiológicas não agradáveis.
Desde o princípio nós temos o hábito de esconder as coisas, ou até mesmo de nos escondermos. “Adão, onde estás?” Esta pergunta lhe é familiar? O nosso pecado poderia muito bem receber o sinônimo de lixo não reciclável.

Mateus 15:7-8

"Hipócritas! bem profetizou Isaias a vosso respeito, dizendo: Este povo honra-me com os lábios; o seu coração, porém, está longe de mim."

É um tanto polêmico relacionar RELIGIÃO com HIPOCRISIA, mas o próprio Jesus o fez. Afinal, o Mestre não veio ao mundo para criar uma nova religião, mas para trazer graça ao mundo. Não veio para julgá-lo, mas para salvá-lo.
O que não presta para ficar guardado deve ser colocado para fora, pois somente desta forma o gari poderá levar embora. Depende tão somente do dono do lixo. Nunca vi um gari entrando na minha casa para pegar o meu lixo. Um dos riscos do acúmulo de lixo seria as doenças, epidemias, caos no saneamento básico, risco de atinge os lençóis freáticos contaminando a água, podendo levar a morte. Na vida, na alma não é diferente! Como acumulamos coisas que não prestam para ficarem guardadas! Porém!

Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça (1 João 1:9).

Confessar é colocar o lixo para fora! Creio que Jesus não ficaria nem um pouco diminuído se fosse dado a Ele o título de “Gari eficiente da Alma”.
Mas cuidado! A religiosidade pode muitas vezes andar de mãos dadas com a hipocrisia, com o teatro da vida limpinha, sem acúmulo, sem lixo!
Jesus alertava, repreendia diretamente os fariseus tão somente por isso, por possuírem apenas prática religiosa, sendo um jugo pesado sobre as pessoas, não tendo a essência da verdadeira religiosidade, ou melhor, do cristianismo. Amor e Verdade.
Eram aparentemente religiosos, mas Jesus sabia que eram verdadeiros depósitos do mais podre lixo. “Sepulcros caiados”, embora alertados, não conseguiram entender que suas vidas eram vazias de sentido, suas observações da lei não lhes transformavam em pessoas melhores. Estavam mortos! Eram apenas religiosos.
Alguns podem dizer que Jesus desprezava os fariseus simplesmente porque eram homens segundo a Lei do Antigo Testamento, mas basta dar uma olhadinha no livro de Provérbios para ver que o Senhor alertava os homens para fugir da religiosidade muito antes da nova aliança.

Provérbios 16:5-6

"Todo homem arrogante é abominação ao Senhor; certamente não ficará impune. Pela misericórdia e pela verdade expia-se a iniqüidade; e pelo temor do Senhor os homens se desviam do mal."

Aqui o Senhor nosso Deus diz que ABOMINA a autossuficiência humana, mas que a salvação vem pela misericórdia e pela verdade. É impossível não estabelecer a relação com a revelação de João com respeito a Jesus.

João 1:14

 "E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade; e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai."

O plano de Deus para o homem não é uma religião. O projeto de Deus é o de ter uma família unida, na qual cada filho se pareça com o Pai, assim como O Primogênito (Jesus Cristo) se parece com o Pai.

Apenas ir à igreja, como costume ou até mesmo tradição não vale para Jesus, buscar a Deus tão somente para satisfazer os desejos egocêntricos ou a consciência também não, levantar as mãos e fazer lindas orações também não, demonstrar aquilo que Ele e você sabem que não é a verdade não vale de nada. Tem que ser “Em Espírito e em Verdade”.
Entender religiosidade como prática religiosa tudo bem! Mas esta prática sendo apenas uma forma simples de viver somada a verdade do coração. O que desejo não é ser chamado de homem religioso, mais sim de homem parecido com Cristo!

Pr. Jaylson Nogueira Pereira

sexta-feira, 18 de junho de 2010

O PAÍS DO FUTEBOL!!!

PÁTRIA MADRASTA VIL

Clarice Zeitel



Onde já se viu tanto excesso de falta? Abundância de inexistência...

Exagero de escassez... Contraditórios? Então aí está! O novo nome do nosso país! Não pode haver sinônimo melhor para BRASIL.

Porque o Brasil nada mais é do que o excesso de falta de caráter, a abundância de inexistência de solidariedade, o exagero de escassez de responsabilidade.

O Brasil nada mais é do que uma combinação mal engendrada - e friamente sistematizada - de contradições. Há quem diga que "dos filhos deste solo és mãe gentil.", mas eu digo que não é gentil e, muito menos, mãe.

Pela definição que eu conheço de MÃE, o Brasil está mais para madrasta vil.

A minha mãe não "tapa o sol com a peneira". Não me daria, por exemplo, um lugar na universidade sem ter-me dado uma bela formação básica. E mesmo há 200 anos atrás não me aboliria da escravidão se soubesse que me restaria a liberdade apenas para morrer de fome. Porque a minha mãe não iria querer me enganar, iludir. Ela me daria um verdadeiro Pacote que fosse efetivo na resolução do problema, e que contivesse educação + liberdade + igualdade. Ela sabe que de nada me adianta ter educação pela metade, ou tê-la aprisionada pela falta de oportunidade, pela falta de escolha, acorrentada pela minha voz-nada-ativa.

A minha mãe sabe que eu só vou crescer se a minha educação gerar liberdade e esta, por fim, igualdade. Uma segue a outra... Sem nenhuma contradição!

É disso que o Brasil precisa: mudanças estruturais, revolucionárias, que quebrem esse sistema-esquema social montado; mudanças que não sejam hipócritas, mudanças que transformem!

A mudança que nada muda é só mais uma contradição. Os governantes (às vezes) dão uns peixinhos, mas não ensinam a pescar. E a educação libertadora entra aí. O povo está tão paralisado pela ignorância que não sabe a que tem direito. Não aprendeu o que é ser cidadão. Porém, ainda nos falta um fator fundamental para o alcance da igualdade: nossa participação efetiva; as mudanças dentro do corpo burocrático do Estado não modificam a estrutura. As classes média e alta - tão confortavelmente situadas na pirâmide social - terão que fazer mais do que reclamar (o que só serve mesmo para aliviar nossa culpa)... Mas estão elas preparadas para isso?

Eu acredito profundamente que só uma revolução estrutural, feita de dentro pra fora e que não exclua nada nem ninguém de seus efeitos, possa acabar com a pobreza e desigualdade no Brasil.

Afinal, de que serve um governo que não administra? De que serve uma mãe que não afaga? E, finalmente, de que serve um Homem que não se posiciona?

Talvez o sentido de nossa própria existência esteja ligado, justamente, a um posicionamento perante o mundo como um todo. Sem egoísmo. Cada um por todos...

Algumas perguntas, quando auto-indagadas, se tornam elucidativas. Pergunte-se: quero ser pobre no Brasil? Filho de uma mãe gentil ou de uma madrasta vil? Ser tratado como cidadão ou excluído? Como gente... Ou como bicho?



Tema: "Como vencer a pobreza e a desigualdade"

Por Clarice Zeitel Vianna Silva da UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro - Rio de Janeiro/RJ

Premiada pela UNESCO, Clarice, de 26 anos, estudante que termina faculdade de direito da UFRJ em julho, concorreu com outros 50 mil estudantes universitários. Ela acaba de voltar de Paris, onde recebeu um prêmio da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) por uma redação sobre "Como vencer a pobreza e a desigualdade".

A redação de Clarice intitulada "Pátria Madrasta Vil" foi incluída num livro, com outros cem textos selecionados no concurso. A publicação está disponível no site da Biblioteca Virtual da Unesco.

sexta-feira, 11 de junho de 2010


FAMÍLIA UM PROJETO DE DEUS

SALMO 128
“Feliz aquele que teme a Deus, o SENHOR, e vive de acordo com a sua vontade! Se você for assim, ganhará o suficiente para viver, será feliz, e tudo dará certo para você. Em casa, a sua mulher será como uma parreira que dá muita uva; e, em volta da mesa, os seus filhos serão como oliveiras novas. Quem teme ao SENHOR certamente será abençoado assim. Que, lá do monte Sião, o SENHOR o abençoe! Que, em todos os dias da sua vida, você veja o progresso de Jerusalém! E que você viva para ver os seus netos! Que a paz esteja com o povo de Israel!”


Tentarei expressar o meu sentimento quanto ao valor da minha família, mesmo sabendo que não conseguirei quantificá-lo, pois, quando amamos não conseguimos amar pouco ou muito, da mesma forma em relação a outros sentimentos existentes como raiva, inveja, ódio etc. Não há maneira de medir, apenas sentimos e somos influenciados por este sentimento. Ou seja, vivemos o que sentimos!
Busco expressar o meu amor pelos meus filhos e pela minha amada esposa. Ah, as crianças! Como não amar estes pequenos e já travessos? Pois todas as manhãs ao iniciar o meu dia a primeira coisa que recebo ao acordá-los é um gesto de carinho, um sorriso, abraços sem interesse nenhum, desprovido de “egocentrismo”. Lembro-me do conselho de Jesus: “quem não se torna como um destes pequeninos não entrará no reino de Deus”. Portanto, o que percebo é uma manifestação pura de sentimento real e latente entre nós.
Fui criança e cantava: “Jesus foi criança como eu” me espanto que não muito distante destes dias. Sou grato a Deus pelo seu cuidado, pelo seu amor incondicional por nós, assim, como vejo nos meus filhos na  relação com o meu primogênito “Presente de Deus” este é o significado do seu nome, em algumas vezes chamado assim e atendido prontamente por ele, (rsrsr) hoje com quatro anos e meio e com a minha caçula a “Jardim de Deus” que faz hoje o seu primeiro ano de vida. Minha inspiração ao escrever este texto.
Nossa que trabalho! Mais quanta Alegria! Uma fusão entre noites, fraldas, médicos, remédios e outras funções. Que emoção tê-los, são nossas heranças, não deixaria de fazer mil vezes multiplicado a um milhão de vezes novamente, isso é claro com a dedicação e participação em todo esse processo da minha esposa e também dos agregados. Reconhecimento e gratidão é uma virtude que devemos cultivar!
Nesta função “Ser Pai” - Confesso que me vejo fazendo exatamente aquilo que não recebia do meu pai enquanto criança, isto não significa que não fui amado, apenas que o amor dele era descaracterizado de expressões e gestos e já com minhas memórias poucas vezes foi diferente. Lembro-me de um questionamento do meu irmão do meio, com respeito a essa forma de ser conosco, e o Espírito Santo lhe respondeu: “Você não precisa buscar entender o seu pai, precisa buscar amá-lo”. Meu pai! Quanta coisa mudou depois que me tornei pai. Eu o amo assim como ele é!
Entretanto, somos assim, queremos dar, fazendo o que foi deficiente conosco ou às vezes repetimos os mesmos atos recebidos traumaticamente, é uma escolha. Eu escolhi dar o que sempre quis receber! Mas como encontrar o equilíbrio? Na dedicação em querer vê-los crescendo com segurança, proporcionar o melhor, sem prejudicá-los, tipo mimá-los demais, privando-os de ser eles, mantendo-os debaixo das nossas asas. Tudo no seu devido tempo é claro! Mas o tempo voa, é como um piscar de olhos. Observe a águia e seu filhote, que após suas penas crescerem  a águia sua mãe o empurra do ninho localizado no mais alto penhasco para alçar vôos . Estou tentando encontrar! Sei que não posso ser hipoativo e nem mesmo hiperativo, ou seja, ficar facilmente agitado e inquieto nesta responsabilidade, o tempo é um bom professor.
Estamos em constantes transformações e o aprendizado é dia a dia, eu e eles. Aprendemos até no ultimo suspiro de vida, ou seja, o novo gera aprendizado. Portanto na escola da vida tenho aprendido ser Pai no cuidado dos meus filhos e esposo no cuidado da minha esposa, já a quase seis anos casados, também parece que foi ontem. Mais encontrei uma ajuda sem igual para estas funções, a palavra de Deus, é bom saber que Ele além de ser Deus é Pai e muito diferente do dito popular, pois eu permiti ser o meu Pai e estar comigo todos os dias. E hoje eu canto... Eu sou grato por tudo o que Tenho! E canto! Canta minha alma canta ao Senhor, rende-lhe sempre ardente louvor!

segunda-feira, 7 de junho de 2010

BONS E MAUS IMPULSOS


BONS E MAUS IMPULSOS

Jonathan Edwards dedicou todo um livro ao desenvolvimento da idéia de que do nosso coração brotam bons e maus afetos. “Os afetos são de dois tipos”, escreve ele no seu inglês antigo. “Há aqueles pelos quais a alma é levada ao que se tem em vista... (maturidade), ou aqueles pelos quais ela se afasta disso, e se opõe a isso. No primeiro tipo se enquadram o AMOR, o desejo, a esperança, a alegria, a gratidão, a benevolência. No segundo, o ÓDIO, o medo, a raiva, o pesar e outros semelhantes.”
Embora esse estilo de expressão pertença a uma época mais antiga, o que ele diz é bastante atual. Conhecemos o tema sobre a o qual ele discorre. O empresário cristão se recolhe cedo seu quarto de hotel depois de um árduo dia de reuniões. Basta apertar o botão que a pornografia toma conta da tela da tevê. Ele conhece a batalha entre os bons e os maus impulsos. Liga para sua esposa, faz algum trabalho pendente, escreve para o filho casado, depois vai dormir. Não aperta o tal botão.
No dia seguinte, as reuniões vão bem, excepcionalmente bem. Naquela noite, os maus impulsos parecem indescritivelmente mais fortes. Ele cede.
Uma duvida o obceca: por que depois de um dia ruim ele vence, e depois de um dia feliz ele fracassa? Vale a pena investigar a questão?
Somos evidentemente uma estranha combinação de bons e maus impulsos, seja qual for o grau de complexidade, e esses impulsos parecem ter vida própria. Convém notar que nos não cristãos os maus impulsos não descem abaixo dos seus pares encontráveis nos cristãos, mas os seus bons impulsos não chegam a igualar aos dos cristãos. Sem o Espírito de Deus, o melhor que podemos fazer é ser bondosamente egoístas. Como disse John Owen, “A única razão por que um homem irregenerado não se entrega à eterna busca de alguma concupiscência é que ele se distrai com muitas outras”.
Com o Espírito de Deus, podemos amar como Jesus, mas podemos também pecar como o diabo. O pecado arraigado é um problema que carregamos a vida toda. A bondade arraigada é uma realidade que fica a vida inteira à espera da liberação.
E como foi que viemos a ser assim? Para compreender os impulsos bons e maus que habitam em nós é preciso voltar ao princípio, ao tempo em que não existia nenhum dos dois, em que Adão e Eva eram inocentes, imaculados mas não ainda inspirados pelo desejo mais profundo de Deus. Até aquele momento catastrófico ao lado da árvore, os dois viveram confiando em Deus, o único ser que conheciam que fora bom para com eles.
Então surgiu outro alguém sugerindo que Deus talvez não fosse tão bom quanto eles supunham. “Você nunca imaginou”, perguntou a serpente a Eva, “que pode haver algo de bom fora de Deus, algo que você pode aproveitar desde que decida a buscá-lo?” (desejo)
Adão sabia que a idéia da serpente estava errada, mas quando Eva comeu o fruto proibido, violando a lei, talvez ele tenha se perguntado se havia dentro de Deus bondade suficiente para restituir a um criminoso o seu lugar à mesa da família. Será que ele poderia fazê-lo? Será que ele se quer iria querer fazê-lo? Se Adão confiasse em Deus, talvez perdesse a sua mulher. Poderia Deus perdoá-la?
Certamente Deus não poderia ser assim tão bom. E com essa dúvida, Adão desconectou-se de Deus, sem saber da incrível confusão que estava gerando.
São drásticas as consequências quando a criatura se afasta do criador. Para Adão, a conseqüência imediata foi o terror. “Será que posso voltar? Será que ele me odeia? Cá estou eu, eu que violei o único mandamento que Deus me deu. Não posso mais suportar o seu olhar. Desvio os meus olhos dele. Agora só conto comigo mesmo para viver. Vamos ver que recursos tenho para cuidar da minha vida...”
Então Adão, como todos os seus descendentes, teve de se virar por conta própria, independentemente de Deus, dependendo só de si, tudo porque não acreditou que Deus poderia ser tão bom. Desde então todos nós nos dedicamos a ver se podemos viver afastados da conexão com um Deus em quem não confiamos plenamente.
Mas desconectar-se de Deus não resolveu o problema. Pois isso exige que neguemos tudo em nós que dependa da nossa conexão com Deus. Portanto negamos os desejos mais profundos da nossa alma, desejos de amar um Deus que nos ama, de amar os outros assim como Deus nos ama. Queremos fazê-lo, mas sem Deus não podemos. Abraçar totalmente o desejo do nosso coração quando não há possibilidade de satisfazer esse desejo é algo que gera aflição intolerável. Melhor é aceitar só os desejos que podemos satisfazer sem Deus.
Também nos desconectamos do nosso senso inato de certo e errado, que hoje nos condena. Prostrar-se diante da justiça significa condenação. Não temos como satisfazer plenamente o critério da moralidade absoluta. Regularmente violamos a lei de Deus. Melhor é rebaixar o critério, adequando-se à nossa estatura moral. Então podemos nos sentir mais à vontade.
Assim é natural que se apague da nossa consciência aquilo que deveríamos originalmente desfrutar e o modo como deveríamos viver. Estamos desconectados, não só de Deus, mas também de nós mesmos, dos nossos desejos mais fortes e da nossa bússola moral.

Extraído por Pr. Jaylson Nogueira

Livro Conexão p. 113 a 116

Autor: Larry Crabb