"Uma vida não questionada não merece ser vivida." (Platão)

Salmos 1
1 Felizes são aqueles que não se deixam levar pelos conselhos dos maus, que não seguem o exemplo dos que não querem saber de Deus e que não se juntam com os que zombam de tudo o que é sagrado!
2 Pelo contrário, o prazer deles está na lei do SENHOR, e nessa lei eles meditam dia e noite.
3 Essas pessoas são como árvores que crescem na beira de um riacho; elas dão frutas no tempo certo, e as suas folhas não murcham. Assim também tudo o que essas pessoas fazem dá certo.
4 O mesmo não acontece com os maus; eles são como a palha que o vento leva.
5 No Dia do Juízo eles serão condenados e ficarão separados dos que obedecem a Deus.
6 Pois o SENHOR dirige e abençoa a vida daqueles que lhe obedecem, porém o fim dos maus são a desgraça e a morte.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

“QUEM EU SOU?”



A pergunta do Mestre é direta: “Quem diz o povo que eu sou?” (Lc 9, 18), ao que eles responderam o que vinham ouvindo do povo: que Ele era João Batista, ou Elias ou ainda algum outro profeta.
Ao ouvir aquelas palavras e perceber como o povo ainda não o reconhecera, Jesus refaz, então, a pergunta, desta vez dirigindo-se diretamente aos apóstolos: “E vós, quem dizeis que sou eu?” Ao que Pedro responde prontamente: “O Cristo de Deus.” (Lc 9, 18-24)

Meu avô dizia que o mais importante não é o que você diz que é, mas o que as pessoas dizem que você é. Embora, apenas as pessoas que nos conhecem de fato, que convivem conosco poderiam dizer com propriedade algo sobre nós. Faço-lhe uma pergunta: O que dizem as pessoas, que convivem com você, a seu respeito? Elas sabem quem é você? Ou você é um daqueles que descreve a si mesmo como uma incógnita, uma encruzilhada no caminho da personalidade, uma bifurcação na estrada da identidade, um elemento ainda não resolvido pelas formulas da física ou da matemática?

A resposta de Simão (Pedro) tem como fundamento sua própria experiência: ele convivia com Jesus e sabia quem seu mestre era e, esse convívio, abrira seu coração à revelação do Espírito, que lhe permitiu dizer, quase que de um estalo: Tu és o Messias!

Estamos vivendo um tempo de dificuldade em saber de fato quem são as pessoas e suas aspirações, pois, se você não percebeu, já estamos vivendo no mundo do “faz de conta”. Do parece ser e do parece ter. As coisas são tão fantasiosas que ficção agora é quase real, está em “3D”. O que seria real e não real neste contexto? Creio que só poderemos entender essa questão, se buscarmos entender o que de fato nos caracteriza como indivíduos, a nossa identidade. Busquei algumas definições para melhor entendermos identidade, é claro que existem muitas outras, aqui faço uso da psicologia social.

* qualidade do idêntico, capaz de reunir um conjunto de fatores próprios e exclusivos a cada pessoa (Hollanda)
* compreensão dos aspectos de ordem objetiva, subjetiva, individual e social (Erikson)
(Kruger) destaca alguns aspetos:
Constitui-se com base em crenças autodescritivas e auto-avaliativas, as quais lhe conferem um caráter dinâmico que permite mudanças. Este sistema de crenças contribui para o desenvolvimento da personalidade e da conduta dos indivíduos.

Nossas ações vão revelar nossa identidade, revelar nossos valores morais e éticos, nossa crença. Neste processo, de acordo com princípios morais estabelecidos, progredimos ou regredimos em nossa conduta. A forma natural é crescimento, esclarecimento, conhecimento. “Aquele que começou a boa obra é fiel pra completá-la”.
Num outro momento, o evangelista João, preso nas vésperas de sua morte, envia discípulos para perguntarem a Jesus se ele era o Messias – Algo sobre sua identidade (Mt. 11:1-6) – e a resposta de Jesus a eles foi: Ide e anunciem a João as coisas que ouvis, “os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são limpos, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados e aos pobres é anunciado o evangelho.” Mais uma vez, Jesus destaca que não é o que você apenas diz que lhe caracteriza como sujeito, muito mais o que você faz.
Estamos mesmo vivendo no “país das maravilhas” em todos os sentidos e estâncias sociais. Na religião, na economia (EUA) pode dizer com propriedade, a quebradeira, a crise econômica, poucos imaginavam. “De longe ou no escuro todo gato é pardo”.
Veja agora a Política do nosso país! Neste período da campanha presidenciável (2º turno), não consigo identificar o que é e o que não é de fato real, verdadeiro, na internet então! E não é nem para tentar definir quem é melhor não, passe de mim este cálice! As coisas (candidatos) tomam forma e se refazem de acordo com as suas necessidades, falam o que a maioria apóia, até dizer que acredita em Deus, quem diria uma Marxista de esquerda, ou melhor, agora legitima ambidestra, num país das falácias, engano. Mudam facilmente, talvez possuídos pelo mesmo interesse que houve em Judas Iscariotes. Personalidades e identidades flácidas, Como diria Bauman: fluidos. Bonecos de cera expostos ao calor da busca ao poder.
Confesso que antes estava inclinado pela direita, se é que existe isso no Brasil político com tantas alianças antes impensadas, agora possíveis de acontecer. Comprovam que os interesses múltiplos fracionários estão acima das aspirações antes defendidas como bandeira, ideologia. No naufrágio da ética e da moral, os ratos se salvam agarrados aos destroços da impunidade!
Não podemos, como igreja de Jesus, deixar dúvida quanto a nossa identidade, nossa missão, pois nossas ações precisam condizer com nossa mensagem no mundo do faz de conta, da hipocrisia, da irrealidade.

N’ele que é real e que sabe quem sou eu e quem é você de fato, graça e paz!

Pr. Jaylson Nogueira Pereira