"Uma vida não questionada não merece ser vivida." (Platão)

Salmos 1
1 Felizes são aqueles que não se deixam levar pelos conselhos dos maus, que não seguem o exemplo dos que não querem saber de Deus e que não se juntam com os que zombam de tudo o que é sagrado!
2 Pelo contrário, o prazer deles está na lei do SENHOR, e nessa lei eles meditam dia e noite.
3 Essas pessoas são como árvores que crescem na beira de um riacho; elas dão frutas no tempo certo, e as suas folhas não murcham. Assim também tudo o que essas pessoas fazem dá certo.
4 O mesmo não acontece com os maus; eles são como a palha que o vento leva.
5 No Dia do Juízo eles serão condenados e ficarão separados dos que obedecem a Deus.
6 Pois o SENHOR dirige e abençoa a vida daqueles que lhe obedecem, porém o fim dos maus são a desgraça e a morte.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

IGREJA, PRA QUÊ IGREJA?


Por Pr. JOSÉ ERNESTO CONTI, um amigo da formação teológica, publicado na revista comunhão. nº 178.

Vivemos dias em que a liderança evangélica está refém de um tipo de crente que tem destruído os cultos nas igrejas. Gastamos muito tempo e dinheiro para agradar a esse “público”, que só quer culto que lhe agrade. Com um bom sermão de autoajuda, com um louvor agradável e com um ambiente refrigerado e gostoso.
Interessante e curioso é que para os católicos o importante é ir á missa. Não importa muito o que fala, se a igreja tem ar-condicionado, se há um bom louvor. O que importa é ir à missa, mesmo que seja às 6h, que tenha que subir um ladeirão, que tenha que pegar três ônibus ou andar 5 Km. O importante é ir à missa.
Não estou fazendo apologia da missa, mas é que na contramão religiosa, os crentes estão avacalhando o culto e, por tabela, a Igreja. Com a proliferação de Igreja evangélicas em cada esquina, tenho percebido que muitos crentes não são mais “apaixonados” por sua igreja como era antigamente. Não enchemos mais o peito para falar da “minha” igreja. Na verdade, parece que há  uma indiferença quanto a pertencer à igreja presbiteriana ou alguma pentencostal, ou batista. Parece até que é pecado falar que é batista ou assembleiano. Hoje, crente que é crente é só crente.
O cristão de hoje está se sentindo um cidadão interdenominacional, ou seja, ele freqüenta onde quer, quando quer ou onde esteja se sentindo bem, onde nada esteja incomodando, nem tenha que fazer alguma coisa na igreja, ou assumir algum cargo, e mesmo que tenha cargo, ele deixa claro que é só por questão de projeção pessoal, e não para fazer alguma coisa. Se o pastor fizer um sermão exortativo, então é que as coisas esquentam e sai reclamando: “já estão pegando no meu pé”.
Como dizem que tudo sempre tem o seu lado bom, fico imaginando qual é o lado bom dessa situação. Sei que igreja nenhuma salva, que todas as igrejas têm falhas, que a liderança muitas vezes atrapalha o crescimento do reino, que algumas têm erros doutrinários e até fazem coisas contrárias ao que está na Bíblia etc. Mas não amar sua igreja é uma falta gravíssima (perde muitos pontos na carteira do céu) . é gravíssima porque a igreja não foi criada para agradar.
Se existe na igreja algo que incomoda, ou alguém que nos chateia ou deixa amargurado, em 100% dos casos, a falha é totalmente minha. Somos nós que precisamos perdoar, somos nós que temos que andar a segunda milha ou dar também a túnica. A nós foi dado o “privilégio” de padecer por Cristo (Fl. 1:29), de nos alegrarmos por sofrer afrontas por causa do nome de Cristo (At. 5:41) ou, na linguagem de Pedro, devemos nos alegrar na medida em que somos participantes do sofrimento de Cristo (1 Pe 4:13).
A maioria dos crentes está naquela classificação de “não levo desaforo pra casa. Jogou piadinha, leva na hora”. O pastor precisa ser sábio e fazer malabarismo para falar algo que precisa, sem deixar ninguém chateado.  Crente chateado fica bicudo e não volta mais. Perdemos totalmente a noção do que é igreja.
Não estamos indo à igreja só para adorar a Deus, mas para que as pessoas ali me tratem como se eu fosse o rei do pedaço, o mais importante no culto. Se não me tratar bem, eu vou embora, não pago o dízimo e largo essa igreja, até porque, pra que igreja, se eu sou é crente?